“Uma vez, em uma conversa informal, ouvi a frase ‘um onboarding garante o engajamento da pessoa por pelo menos um ano’, e é a mais pura verdade.” Foi com essa frase que Mariana Paiva, gerente sênior de recursos humanos na Nutrien Soluções Agrícolas, começou a entrevista que concedeu à UNI.CO. Ela explica que um bom processo de onboarding, além de oferecer informações e ferramentas importantes para o colaborador desenvolver seu trabalho, proporciona um acolhimento bem importante para o profissional que está chegando em um ambiente ainda desconhecido. “Toda mudança de emprego traz um ‘frio na barriga’ inerente ao desconhecido que está por vir e, sentir-se acolhido, em qualquer novo ambiente, é importante pois desperta o pertencimento àquele lugar e uma certa ‘segurança’ que sua escolha foi acertada.”
Mariana, que está na Nutrien há poucos meses, diz que a empresa chegou ao Brasil há dois anos. “Ou seja, 80% dela foi construída na pandemia.” A executiva conta que, na companhia, o onboarding já nasceu on-line. “Estamos em constante desenvolvimento e aprimoramento para garantir não só o encantamento, mas também a democratização de todas as informações.”
Segundo ela, o processo de onboarding sempre esteve na agenda como um agente importante de cultura e engajamento dos novos colaboradores.
“O conceito de experiência do colaborador é algo que está cada vez mais latente”, afirma. “Pensar na jornada dessa pessoa dentro da sua organização é pensar em como o colaborador vai vivenciar seus principais atributos de marca empregadora e cultura. Fazer isso bem-feito garante não só engajamento e transparência, mas uma reputação também importante no mercado.”
Mariana complementa que cada colaborador quer se sentir único, cuidado e seguro de que a empresa que está oferece informações, ferramentas e uma jornada clara e transparente sobre o que esperar dela. “O onboarding entra como as boas-vindas dessa pessoa nessa jornada, agora como novo colaborador.”
Onboarding é a nova estratégia do RH
Thaís Leite Lemos, superintendente de pessoas no Inter, reforça o ponto apresentado por Mariana. “Vejo o mercado falando muito de employee experience, o que engloba o onboarding, despertando para a importância da experiência das pessoas dentro da companhia”, afirma. Ela vê como um processo de evolução da área de RH, “cada vez menos processual e mais estratégica”. “E para ser estratégico, precisa saber como está a experiência das pessoas.”
Para Thaís, quando a empresa promove uma boa experiência de onboarding, gera organização e produtividade. “A pessoa chega já jogando, e vemos o engajamento dos demais profissionais que recebem o novo funcionário.”
Além disso, reforça a executiva, “a integração e a conexão com o propósito que o onboarding bem feito pode gerar, o ‘great first day’, é um dos nossos marcos por aqui, que vai bem além do processo organizado, é a experiência de ser um sangue laranja”.
Já quando o onboarding não é bem-feito, tem impactos negativos. O profissional, até que ele consiga se organizar e conhecer as coisas dentro da empresa, perde tempo de produtividade. “O profissional normalmente chega cheio de entusiasmo e empolgação, e se existe esse delay cai o engajamento”, comenta a executiva.
Atualmente, todo o processo de onboarding do Inter, que tem quase 4 mil funcionários, está digitalizado.
A empresa, aliás, sempre valorizou o onboarding. “Fazíamos tudo presencial. Com o tempo e o volume de entrantes, começamos a buscar por digitalização. Veio a pandemia e o modelo se instalou de vez, mas sempre fizemos questão de receber todos nossos colaboradores presencialmente”, diz.
Ela afirma preferir o onboarding presencial. Para a executiva, faz diferença conhecer as pessoas pessoalmente, apresentar a cultura, objetivos e a experiência no presencial. “Temos uma área de socialização, o tour real, um prédio bem atrativo”, comenta. “Talvez o híbrido funcione bem, com a essência no presencial e processos depois no online.”
Nesse cenário de digitalização do onboarding, a parceria com a área de TI da empresa tem trazido fortes ganhos de automatização, impulsionando a uma maior produtividade. “Afinal, os caras já chegam jogando”, comenta. “Aproveitar a energia dos dias iniciais de um novo colaborador é uma excelente estratégia motivacional para seus colegas.”
Nova contratação exige adaptação do profissional e da empresa
A UNI.CO, consultoria de recrutamento executivo que nasceu com o propósito de agir como advisor estratégico para as empresas que a contratam, sem deixar de lado a pegada humana e o interesse genuíno na pessoa que está por trás da cadeira executiva, cresceu organicamente para bem além de apenas conduzir o processo de seleção de profissionais. “Hoje, a gente acompanha de forma muito próxima o onboarding, em muitos casos atuando como mediadores entre as pessoas contratadas e a empresa”, afirma Roberto Borsic, sócio da UNI.CO. “Assim como ajudamos o candidato a entender que haverá mudanças importantes em quesitos como estratégia, cultura, ambiente, modelo de gestão, time, etc., também ajudamos as empresas que são nossas clientes a entender melhor as preocupações e ambições pessoais e profissionais de quem está por trás do cargo. A nossa presença não termina quando a vaga é preenchida. Na maioria dos casos mantemos as interações por meses após a contratação, gerando valor e provocando diálogos construtivos entre as partes envolvidas.”
Borsic diz ainda que a pandemia trouxe mudanças de prioridades para executivos e executivas, assim como a digitalização da força de trabalho. “Hoje, as pessoas candidatas que participam dos nossos processos trazem de forma mais ativa pautas pessoais para a mesa de discussão, e inclusive de negociação”, afirma. “Há poucos anos existia um certo estigma nos bastidores do mundo corporativo, que aculturava as pessoas candidatas a evitar falar sobre esses assuntos que são tão relevantes. Hoje, não é mais assim, e o nosso papel como advisors é ter um olhar humano e um discurso inclusivo que permita às empresas e candidatos chegarem em uma equação benéfica para ambos.”
Sobre a UNI.CO
A UNI.CO é uma consultoria de recrutamento de executivos que busca criar diálogos propositivos entre contratante e pessoa contratada, respeita o lado humano de todas as conversas e busca unir estratégia de negócios com iniciativas de diversidade e respeito à singularidade das pessoas em cada um dos seus processos de seleção. Se quiser saber mais sobre nossas soluções de Executive Search, Tech Recruitment e produtos customizados, fale conosco.
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