Preconceito no trabalho é tema de O Closet, filme francês

Na obra, o principal preconceito no trabalho enfrentado pelo protagonista é a homofobia. Mas há outros tão comuns quanto esse — abordados em O Closet, e, claro, enfrentados por inúmeros profissionais da vida real. 

Uma das coisas que eu mais gosto em assistir filmes é porque aprendemos muito sobre relações humanas por meio de histórias fictícias. Aliás, esse termo — “fictício” — não é muito bom. Elas são fictícias porque as ações mostradas são encenadas, mas muitas das situações mostradas em bons filmes poderiam acontecer a qualquer um de nós.

A comédia francesa O Closet (Le Placard) é um exemplo muito bom. A história que a obra narra é fictícia, mas seu tema (o preconceito no trabalho contra homossexuais) é muito real, vivida diariamente por muitas pessoas em todo o planeta. O filme conta a história de François Pignon (Daniel Auteuil), um homem modesto e introvertido, que parece andar desconfortável na própria pele. Para aumentar seu desconforto, ele trabalha como contador numa fábrica de preservativos há 20 anos — e mesmo com todo esse tempo de serviço é malquisto pelos seus colegas, que vêem nele um chato de galocha. Além disso, Pignon ainda é apaixonado pela ex-mulher, que nunca retorna suas ligações.

Apesar do preconceito no trabalho, não temos diferenças

Um dia, por acaso, Pignon descobre que está para ser demitido. Desesperado, contempla suicídio, mas é dissuadido pelo seu novo vizinho, o psiquiatra Belone (Michel Aumont), que oferece uma maneira para Pignon manter seu trabalho: fingir que é gay! Para isso, Belone envia para a empresa uma foto de Pignon num bar, junto com outros gays. A mensagem é clara: se o contador for demitido, as fotos vazarão para a imprensa, e a companhia será acusada de homofobia.

A notícia logo se espalha pelos corredores da fábrica, e logo os colegas de Pignon passam a enxergá-lo de maneira diferente — mas nem sempre positivamente. Santini (Gérard Depardieu), o Diretor de RH (pasmen!), por exemplo, insiste em fazer piadas homofóbicas contra Pignon, assim como dois funcionários da empresa que trabalham no setor do maquinário contribuem para o preconceito no trabalho vivido pelo protagonista.

Humor e aparências

Uma das grandes qualidades do filme está na maneira em que ele trabalha com leveza um tema delicado como o preconceito. Evidentemente, o principal “preconceito” denunciado pela obra é a homofobia no ambiente empresarial — mas há muitos outros, tão corriqueiros quanto esse. Pignon está para ser demitido porque ele é percebido pela diretoria da empresa como um chato; sua qualidade como profissional não é minimamente levada em conta. Quantos de nós não vimos essa cena acontecer? Um bom profissional ser mandado embora da equipe por questões de simpatia, que nada levam em conta os fatores profissionais?

O filme também explora o lado pessoal de François Pignon. Ele é divorciado, mas ainda ama a sua ex-esposa, Christine (Alexandra Vandernoot), que o despreza por também considerá-lo desinteressante. Seu filho, Franck (Stanislas Forlani), o ignora pelo mesmo motivo. Ambos, porém, passam a querer conversar com o protagonista quando ouvem os rumores da sua “saída do armário”. Não está aí, também, um exemplo de hipocrisia? As pessoas só passam a querer falar com Pignon quando ele não é quem ele realmente é.

Há outros aspectos muito interessantes que o filme toca. Por exemplo, a evolução sobre o tratamento do preconceito ao longo das décadas é personificada na personagem Belone, o novo vizinho de Pignon. Como ele diz para o protagonista, ele fora, vinte anos antes, demitido pelo mesmo motivo pelo qual a fábrica de camisinha está mantendo o protagonista agora.

O Closet, que em português poderia ter o sugestivo nome O Armário, foi um dos maiores sucessos da França quando estreou, vinte anos atrás. Passadas duas décadas, é possível que alguns espectadores considerem a forma que o filme trata a questão da homofobia ingênua e obsoleta. Eu, não. É uma obra rica em questões e — mais importante ainda — rica em risadas. Eu recomendo – Boa sessão! 

– Ernesto Schlesinger

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