A verdade é que até escrever este texto me está custando. Chegamos no último mês do ano, sobrevivemos a muitas turbulências nesse último semestre e está rolando a Copa do Mundo, COPA, meu povo! Quem é que aguenta ter energia e motivação para o trabalho? Ainda mais com o Brasil se classificando e tendo chances reais de ganhar… não dá para se concentrar.
As energias já estão esgotadas, a cabeça já está pedindo arrego, o corpo já está gritando para parar.
Foi mais um ano intenso e está sendo um final de ano ainda mais intenso. A mistura de cansaço com entusiasmo é drenante. Não sei se choro ou se rio. Se bato meta ou se faço um brinde. Tento fazer um pouco de tudo, e quanto mais tento, mais parece que não vai dar. Porque já deu. Já dei demais.
Me pergunto se estamos (como comunidades organizacionais) preparados para aceitar que é isso que temos para hoje. Que já guerreamos o bastante. Que já sangramos muito. Que merecemos agora desacelerar e curtir mais do que lutar. Será que estamos preparados para aceitar que está tudo bem que haja uma certa improdutividade no ar e que haja um certo desvio de atenção e foco?
Ou será que seguimos acreditando que não podemos parar, não podemos desviar, não podemos deixar para depois?
Se “parar = não sobreviver” talvez haja algo errado na nossa estratégia de sobrevivência. Eu entendo que muitas empresas dirão que não podem se dar ao luxo de desacelerar agora, ainda há muito o que se conquistar. E talvez seja verdade, para alguns casos. Mas eu ousaria dizer que — para muitos casos — isso está mais enraizado em um mindset de produtividade a qualquer custo do que de fato sobrevivência em si. A gente mal questiona a premissa, só segue o fluxo já conhecido. “Trabalhar menos = vagabundear” logo devemos seguir trabalhando, seguir entregando, seguir realizando.
Mas qual é o impacto real que queremos deixar? Muitas vezes nem sequer sabemos, só seguimos a fórmula considerada mágica. Enquanto eu cobrar que todos trabalhem sem parar, os melhores resultados virão. Virão mesmo?
Talvez sejam as minhas ganas de fechar o notebook e ficar me deliciando com a vibe Copa do Mundo no final do ano, mas, nesse instante, me vem um grande ceticismo sobre essas necessidades exacerbadas das empresas de tentarem fazer o bom trabalhador seguir entregando no mesmo ritmo, quando há tanto mais em jogo.
Se eu olhar para o que já entreguei esse ano, caramba! É muita coisa. Me custa acreditar que esse tanto já feito não é suficiente. Sim, poderia ser mais. Mas aonde vamos parar nessa insana busca por sempre mais? Mais não é melhor. Mais é só adição, melhor é multiplicação.
Então, agora, decido multiplicar mais do que adicionar. Por isso, me despeço já por aqui. Decido que esse será um texto curtinho, bom o suficiente. Assim é melhor.
Feliz trabalho & copa & final de ano para todos nós!
Gracias,
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