sobre teorias e conspirações.

Já ouviu falar que os tais vieses cognitivos (conscientes e inconscientes) são inerentes ao ser humano e que não é possível eliminá-los totalmente para nos tornar pessoas absolutamente neutras sem pré-julgamentos? 

Se você não ouviu, então eu te conto agora: todos temos vieses, todos temos preconceitos, todos temos pré-julgamentos. Não temos como escapar disso. Faz parte do nosso importante mecanismo mental de sobrevivência, pois todas estas pré-informações contidas no nosso repertório de vida nos ajudam a nos localizar no mundo e nas situações, buscando minimizar o risco de algo dar ruim e aumentar a probabilidade de algo dar bom. Se não pré-julgássemos as situações, gastaríamos imensos esforços para analisar cada pequeno e grande contexto da nossa vida, sem ter onde nos apoiar. Nossos vieses nos dão estrutura, nos dão um senso de “eu sei onde estou, logo estou segura”.

Então, o viés existe e precisamos lidar com ele. Mas, antes de lidar, quantas vezes nos apropriamos do entendimento dos nossos próprios vieses? Tenho a sensação que grande parte de nós (para não ser apocalíptica e dizer a grande maioria esmagadora de nós) não investe tempo nem esforço em conhecer, descobrir e, especialmente, questionar seus próprios vieses. 

Os vieses existem, fato, mas eles não são estáticos. Todo o contrário, eles são mutáveis e devem ser constantemente atualizados.

Mas, se eu não os conheço, como vou questioná-los? E, se não os questiono, como terei a chance de atualizá-los? A resposta é simples e triste: não vou questionar e não vou atualizar. 

 

As teorias que conspiram a favor do que penso não são necessariamente verdadeiras

Eu acabo assumindo que o que penso, interpreto, julgo e acredito é igual à verdade. Se eu tenho uma crença em uma ideia, então ela é verdadeira. Tão reducionista quanto isso. E todas as ideias conseguintes que se relacionam com a minha ideia primária, são por padrão também verdadeiras. E assim vou me aproximando de teorias que conspiram a favor dos meus vieses e me afastando daquelas que o negam. Me atraio cada vez mais pelas teorias que reafirmam meus vieses e que me dizem “sim, seu viés tem razão!”. Afinal, é muito mais gostoso se sentir certa do que errada, não é mesmo?

É prazeroso esse sentimento advindo da confirmação daquilo que intimamente eu já acreditava. O problema é que as teorias que conspiram a favor do que penso não são necessariamente verdadeiras. Elas são só mais ideias, mais vieses, mais interpretações contaminadas e, muitas vezes, absolutas mentiras. 

 

Vieses de confirmação podem nos impedir de pensar criticamente

Vamos a um exemplo prático. Você está em uma discussão com seus pares e líderes sobre uma decisão de negócio. Você tem uma forte opinião sobre qual caminho deve ser seguido. Alguém do time pensa diferente de você e diz que sua ideia não está fundamentada. Você discorda dessa pessoa e acha que sua ideia está sim fundamentada. O que você faz? 

  1. você sai da discussão e vai atrás de dados que refutem a sua ideia original e que possam mostrar que você de fato está errado e não fundamentado ou;
  2. você sai da discussão e vai atrás de informações que corroborem com sua ideia e comprovem que você está certo e fundamentado? 

Sempre que deparamos com uma ideia discordante da nossa, podemos tentar provar nosso ponto e/ou podemos tentar dar uma chance de provar o ponto discordante. Mas quantas vezes você se abre a buscar informações que refutam o que você pensa versus quantas vezes você se mantém buscando informações que apenas conspiram a favor do que você já pensa?

É fácil acabarmos sendo tendenciosos, nosso ímpeto de nos manter na zona segura fala mais alto.

Se acreditamos realmente em algo, não tem problema querermos provar nosso ponto. É lógico e normal buscarmos formas de comprovar o que acreditamos, afinal se acredito em algo é porque por alguma razão esse algo fez sentido pra mim. Alguma razão tem. Então tudo bem que tenhamos essa busca tendenciosa de comprovação do que acreditamos. O problema é quando nos limitamos a isso, pois acabamos por deixar de pensar criticamente nossas próprias ideias e vieses.

 

O que é pensar criticamente?

Há poucos dias li uma definição de pensamento crítico que me interessou muitíssimo, ela dizia que o pensamento crítico é:

“Um modo de pensar no qual o indivíduo, em seu processo pensante, está atento às possíveis falhas em seu próprio raciocínio e às falhas decorrentes de tendências pré-fixadas, vieses sistemáticos e conclusões prematuras.”

Para mim esta definição é genial, muitas vezes acabamos olhando pro pensamento crítico como se ele fosse apenas o processo intelectual de questionar as ideias fora de nós, e aqui temos um convite para expandir o pensamento crítico ao processo de questionar a nós mesmos.

Sim, naturalmente estabeleceremos vieses, acreditaremos em ideias, julgaremos as situações… mas não precisamos nos definir nestes vieses, crenças e julgamentos. Podemos estar criticamente atentos aos nossos mecanismos mentais, podemos vigiar a nós mesmos, questionar a nós mesmos, refutar a nós mesmos, e nos abrir a descobrir que nem sempre o que conspira a favor das nossas ideias primárias é de fato a verdade ou o melhor. Podemos nos abrir a evoluir os nossos próprios mecanismos.

Portanto, hoje, meu convite a todos nós é que possamos fazer o exercício de nos desapegar de nossas teorias e nossa tendência conspiratória e que possamos abrir brecha para abraçar uma nova tendência mais saudável: crítica e questionadora.

Bora tentar? 🙂

Gracias,

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