A presença do cofundador técnico (CTO) é fundamental para atrair investimentos, mas nem sempre é fácil atrair esse profissional quando a empresa está em estágio inicial
Desde janeiro deste ano, Jader Campos é cofundador e CTO da startup FYNT, que permite o investimento em arte por meio de blockchain. Só que, ao contrário do que pode pensar o senso comum, não foi ele o criador da ideia do negócio. Campos foi contratado como cofounder, o que significa trabalhar na empresa desde o começo. “A FYNT tem um conjunto de fatores que me atraiu desde o início para o projeto”, afirma. “Estamos falando de um produto inovador para mercado financeiro, que apesar de ter muito potencial, ainda é pouco explorado, principalmente no mercado brasileiro. Isso, aliado às pessoas que estão envolvidas direta e indiretamente com o projeto, rapidamente me fez perceber que essa era uma oportunidade única.”
Campos, que já teve experiências anteriores em startups em estágio inicial, costuma dizer que nesse tipo de proposta ele tem uma tela em branco para trabalhar, “com um material absolutamente único e pessoas visionárias”.
Por que contratar um cofundador técnico?
Contratar um cofundador técnico, para ocupar o cargo de CTO, é prática comum no mercado de startups quando, entre os idealizadores da startup, não há um profissional de tecnologia. “Às vezes os fundadores pensam com cabeça de produto e ‘business’, e falta alguém com conhecimento aprofundado em tecnologia”, explica Victoria Travaglini, sócia da UNI.CO. “Essa pessoa vai ver se tudo o que foi imaginado pelos fundadores pode ser traduzido em um produto ou serviço.”
A headhunter comenta que há desafios para atrair esse tipo de profissional. “É preciso encontrar a pessoa certa e em um momento que ela quer e pode tomar um risco, talvez abrir mão de um salário, e abraçar a construção de uma nova empresa”, diz. “O ponto principal é encontrar alguém disposto a tomar esse risco.”
Por outro lado, o profissional geralmente se atrai por poder fazer parte dessa construção, das tomadas de decisão desde o início. “Ser um dos fundadores de uma startup é uma oportunidade diferenciada”, afirma Victoria. “A gente conta nos dedos quantas dessas vagas são abertas, porque a maioria das startups já tem os cofounders.”
Campos, que antes da FYNT trabalhou em startups em diferentes estágios, como a Viajanet, o Mercado Bitcoin e a Hashdex, afirma que esse é um ambiente com o qual está familiarizado e que, sem dúvida nenhuma, ele se identifica e ama trabalhar. “A energia e a paixão das pessoas envolvidas são absolutamente inspiradoras”, ressalta. “No grupo 2TM, proprietário do Mercado Bitcoin, tive a oportunidade de atuar como CTO do banco digital Meu Bank e foi uma experiência incrível, muito intensa e desafiadora, criar um banco digital do zero em meio à pandemia e participar do nascimento de um unicórnio.”
Investidores valorizam a presença do CTO no early-stage
Para uma startup, ter um cofundador técnico é primordial. O investidor Gustavo Ahrends, fundador da NorteVC, um fundo que investe em startups early-stage, comenta que a presença do CTO como cofundador é uma grande vantagem para o negócio, visto que as startups, por mais que atuem na chamada “economia real”, sempre têm um viés de tecnologia, seja na forma de comunicar, de vender, e até, claro, no produto em si. “Sempre a startup vai precisar de um time técnico, e se você fundador não é técnico, como vai comandar essa equipe?”, questiona Ahrends. “Se o líder não entende a linguagem do time, se não vem desse meio de tecnologia, fica mais difícil conduzir a equipe para que faça o que for preciso.”
Ahrends diz que quando vai analisar onde investir, sempre leva em consideração a existência do CTO – o que soma muitos pontos na decisão. “A gente analisa tanto se tem um CTO como se tem um time próprio de tecnologia. Não gostamos muito quando tem uma software house desenvolvendo a tecnologia, porque a startup fica na mão de uma empresa externa.”
Campos diz, ainda, que a tecnologia é um dos principais ativos de uma startup. “Ter uma visão técnica e pensar em inovação é fundamental nesse processo de criação de novos produtos digitais”, conclui.
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Victoria comenta que, de forma geral, a busca é por profissionais resilientes, “hands on” e que trabalhem bem em estruturas sem hierarquia. Também é fundamental ter a flexibilidade de saber sentar com o time e fazer acontecer junto, resolvendo os problemas pontuais do dia a dia, e se reunir com investidores e outras cadeiras estratégicas. “Além de estar na operação, no técnico, o CTO de uma startup em estágio inicial também vai precisar saber defender o impacto do produto para conseguir um aporte financeiro”, afirma a headhunter. “É alguém que circule bem nesses dois mundos, de dia a dia e estratégico.”
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