A inveja mata: filme traz importantes lições sobre inovação e empreendedorismo

Ser corroído pela culpa ao perder uma grande oportunidade de negócio é um dos piores sentimentos do empreendedorismo.

Pois é exatamente sobre isso que o filme “A inveja mata” (2004) fala. Trazendo os consagrados comediantes Ben Stiller e Jack Black como protagonistas, o longa é uma comédia superácida que envolve algumas interessantes lições sobre inovação e negócios.

Oportunidade de negócio: é preciso coragem e ousadia para inovar

A estória gira em torno de Nick (Jack Black) e seu vizinho e amigo Tim (Ben Stiller). Nick acredita que tem uma grande ideia de produto: um spray capaz de eliminar as fezes dos animais de estimação como um passe de mágica. Ele tenta convencer Tim da viabilidade do projeto e o convida para participar da empreitada, mas o vizinho recusa, acreditando que o projeto nunca sairá do papel.

Nick resolveu seguir sozinho e lança o “Vapoorizer”, que faz um enorme sucesso e some das prateleiras, o deixando muito rico. Obviamente que Tim precisa testemunhar o sucesso do vizinho enquanto se martiriza com a culpa de ter perdido uma oportunidade de negócio de ouro.

Apesar das críticas pouco elogiosas e de alguns momentos absurdos, o longa traz, às vezes exageradamente, algumas interessantes lições sobre os mundos dos negócios. Melhor ainda, de um jeito leve, irônico e engraçado.

O fato de Tim não ter apostado na ideia do amigo, nos prova que é preciso coragem e uma boa dose de ousadia para inovar. Quando Nick fala de seu spray, Tim simplesmente desacredita o amigo. Ele sequer tem o trabalho de tentar entender como as coisas poderiam funcionar e se havia ali uma oportunidade de negócio que viria a crescer.

A verdade é que o filme toca em um tema bastante incômodo para quem lida com inovação: o improvável. Toda boa ideia começa por algo que pode soar improvável, mas que pode ser refinado e tornar-se um grande negócio. Afinal, esse o conceito por trás da tal disrupção, certo? Mexer as coisas de lugar de tal forma que um mercado inteiro jamais será o mesmo.

Claro que isso levanta outra questão: como Tim poderia saber que a ideia do amigo era realmente promissora? Vou explicar. 

Além da ideia

O filme faz uma distinção importante para o mundo dos negócios. Uma ideia é algo que ainda não existe. É algo completamente diferente de uma invenção. Muita gente, incluindo a mídia, confunde os dois conceitos. Uma invenção é o estado de amadurecimento de uma ideia.

A invenção é algo muito mais desenvolvido, algo que transcende a simples ideia e passa por uma série de testes e validações. O mercado das startups usa o termo ideia para tudo, mas há uma distinção clara: não se pode patentear uma ideia, mas é possível patentear uma invenção.

Claro que a ideia é importante. Quando Nick fala do projeto para o vizinho, ele está buscando o apoio necessário para tornar o produto viável. É aqui que o filme tem outra lição importante. A jornada da inovação envolve apostar nas ideias dos amigos e tentar lucrar com isso. É tirar do papel algo para ver se aquilo pode ser realmente vantajoso, para que enfim se torne uma invenção.

Ainda assim, tudo não passava de uma ideia. Tomar uma decisão de investimento exige alguns dados sólidos para evitar frustrações e a perda de recursos. Tim segue o filme se lamentando pela oportunidade de negócio que deixou passar, mas será que, sem nenhum tipo de comprovação, ele poderia ter feito diferente?

Mesmo que feito com cautela e muito estudo, apostar numa ideia não é um jogo totalmente imprevisível. Quando Nick oferece 50% do negócio (que ainda não existia) em troca de 2 mil dólares de Tim, ele também estava arriscando alto. Afinal de contas, todo o conceito era dele e ele estava disposto a abrir mão de metade do lucro para contar com um investimento bastante razoável. 

Sutil ironia

Interessante perceber que Tim trabalha na 3M, considerada uma das empresas mais inovadoras do mundo e, ainda assim, não foi capaz de enxergar a chance quando ela passou bem diante dos seus olhos. Irônico, não é mesmo?

“A inveja mata” nos mostra que as oportunidades podem surgir de qualquer lugar e que devemos manter olhos e mente abertos. No mundo dos negócios nada é absurdo demais.  Veja o caso da @Bosta em Lata, companhia que participou da primeira edição do Shark Tank Brasil, em 2015.

A ideia de vender adubo para o mercado de jardinagem em pequenas latas parecia loucura para muitos. Na época, muita gente desacreditou da empreitada e o projeto chegou a virar meme nas redes sociais. No entanto, os investidores do programa apostaram no potencial do produto e em 2022 a companhia deve faturar R$10 milhões de reais e já fechou acordos internacionais para vender na Europa. 

Tudo começa por uma ideia. Nick trabalhou firme em seu propósito e conseguiu passar para o próximo passo. Tim, por outro lado, precisa lidar com a culpa, aturar o grande sucesso que o amigo começa a fazer e engolir a inveja. 

Com certeza, essa é uma refeição indigesta!

— Por Ernesto Schlesinger

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