#Ter Deficiência É Normal: Pequeno Manual Anticapacitista

Há 29 anos a ONU instituiu o dia 03 de Dezembro como o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, uma data para celebrar os avanços e direitos já conquistados, mas principalmente para fortalecer e estimular as reflexões e discussões sobre um longo caminho que ainda precisamos percorrer como sociedade para garantir um mundo verdadeiramente acessível e inclusivo.

Segundo dados levantados pelo IBGE, pelo menos 45 milhões de brasileiros têm algum tipo de deficiência, um número que representa quase 25% da população do país. Ainda assim, infelizmente, vivemos em uma sociedade com baixíssima acessibilidade e um enraizado pensamento capacitista.

Pode ser que essa seja uma palavra nova ou pouco conhecida para você, mas capacitismo é a discriminação de pessoas com algum tipo de deficiência; é presumir, de forma bastante equivocada, que uma pessoa com deficiência é limitada de algum modo. Apesar do termo ser consideravelmente recente no Brasil, a sociedade expressa esse preconceito desde a Grécia antiga, quando se estabeleceu uma busca por um padrão de corpos definidos como “belos, perfeitos e fortes”. Mesmo nos dias atuais, todos os corpos que fogem desses padrões acabam sofrendo preconceito e é comum as pessoas destacarem primeiro a deficiência do que a pessoa. 

Pessoa com deficiência não deve ser relacionada a algo negativo

Para garantir que estamos ajudando na construção de ambientes mais respeitosos, precisamos parar de caracterizar as deficiências como doenças ou relacioná-las a algo negativo. A deficiência é apenas uma característica, dentre tantas outras que as pessoas têm. Muitas vezes, sem nem nos darmos conta, replicamos  expressões no nosso dia a dia que reforçam esse preconceito e estereótipos e precisamos reconhecer estes termos para eliminá-los completamente do nosso cotidiano. Então vamos lá:

Frases capacitistas que precisamos excluir do nosso vocabulário: 

“Dar uma de João sem braço”, “Braço curto”, “Não tenho braço pra entregar o projeto.”

Essas expressões correlacionam uma característica física com incapacidade. O fato de uma pessoa não ter braços ou qualquer outro membro não significa que ela não é capaz de realizar uma tarefa. 

Substitua por: “Essa pessoa é preguiçosa.” ou “Não tenho recursos/estrutura pra entregar o projeto.”

“Que mancada!”

Mancada deriva de manco, uma pessoa com deficiência física, mas é apenas uma condição humana e não tem relação nenhuma com um erro ou uma besteira.

Substitua por: “Que gafe!”, “Que vacilo!” ou “Que erro!”

“Está cego? | Está Surdo?”

Estas expressões associam o fato de não ver ou ouvir à capacidade de prestar atenção e uma coisa não tem nada a ver com a outra. Essa é mais uma expressão que relaciona uma deficiência a algo negativo.

Substitua por: “Por que você não prestou atenção?” 

“Você é retardado?” ou “Não se finja de demente!”

O termo retardado era usado pejorativamente às pessoas com deficiência intelectual e demência é uma diminuição progressiva da função mental, que pode afetar memória, juízo e capacidade de aprender. Nenhuma dessas características são escolhas e não devem ser relacionadas a algo negativo. 

Substitua por: “Que sem noção!” ou “Não se finja de desentendido.”

“Está mal das pernas”

Esta expressão associa uma deficiência física com uma situação de crise ou um problema, quando na verdade essas duas circunstâncias não têm relação alguma.   

Substitua por: “Está com problemas.” ou “Está em crise.”

Outras expressões enraizadas como “ditos populares” e que devem ser eliminadas:

  • Em terra de cego, quem tem olho é rei.”
  • “Mais perdido que cego em tiroteio.”
  • “Pior cego é aquele que não quer ver.”
  • “A desculpa do aleijado é a muleta.”

Além disso, haja com naturalidade nas interações com pessoas com deficiência e sempre se pergunte: o que estou observando primeiro? A pessoa ou a sua deficiência? Seja empático e evite perguntas desnecessárias e comentários constrangedores, como nos exemplos a seguir.

“Pra mim, todas as pessoas com deficiência são exemplo de superação!”

Todas as pessoas são diversas e possuem características individuais, as deficiências não precisam ser superadas, apenas respeitadas. Pessoas com deficiência são tão capazes quanto qualquer pessoa, às vezes só são necessárias algumas adaptações visto que a sociedade ainda não foi pensada de forma acessível a todos. As pessoas com deficiência levam uma vida como qualquer outra: trabalham, se divertem, se relacionam; então se declaramos que uma pessoa é um “exemplo” por levar uma vida normal, está implícito que dela não se esperaria nem o mínimo.

“Nossa, nem parece que você é PCD!”

Usar essa expressão é o mesmo que confirmar que “aparentar” ter uma deficiência é algo ruim, o que na verdade não é. E isso serve pra muitas outras ocasiões: “Nossa, nem parece que você é lésbica!”ou “Nossa, nem parece que você é mãe?” 🙄 Exclua completamente esse tipo de comentários da sua fala.

“Achei que você era normal!”

Quem estabeleceu o conceito de “normal”? De “perfeito”? Precisamos parar de determinar um tipo de corpo como “padrão”, pressupor que o que é imposto socialmente como padrão é o “normal” exclui todos os diferentes tipos de corpos que existem. Ter deficiência é normal!

“Você nasceu assim? Seu problema não tem cura?”

Primeiro, por que você precisa dessa informação? Ela é realmente necessária ou é apenas uma curiosidade? Além do que, a deficiência não é um problema e nem uma doença, portanto não precisa ser curada, apenas respeitada.

“Deve ser difícil ter deficiência, se fosse comigo nem sei como faria.”

Não custa reforçar: a deficiência não é um problema ou uma doença, portanto não deve ser encarada como um “fardo”. Todas as pessoas são capazes de se adaptar às diversas condições, não paute suas percepções em achismos ou apenas nas suas próprias vivências.

“Você com deficiência faz muito mais do que muita gente por aí.”

Novamente, as pessoas com deficiência são tão capazes quanto qualquer pessoa. Comparar a capacidade das pessoas com base em uma deficiência é inferiorizá-la e só fortalece a crença de que as pessoas com deficiência são menos capazes que as outras, o que não é verdade. 

“Essa pessoa tem deficiência, coitada!”

Ter uma deficiência não é um castigo e as pessoas com deficiência não precisam de compaixão, apenas de adaptações para fazer as coisas que quiserem. Não se refira a pessoas com deficiência com dó nem as infantilize. Trate-as como trataria qualquer pessoa, respeitando suas características e individualidades. 

Uma sociedade só é inclusiva quando pensada por e para todas as pessoas

Vamos parar de olhar para as limitações, barreiras e dificuldades (na maioria das vezes, impostas pela própria sociedade) e começar a enxergar as possibilidades e as soluções para construir um mundo de igualdade de oportunidades. Uma sociedade só é inclusiva quando pensada por e para todas as pessoas. Comece fazendo a sua parte, se informe, esteja aberto a aprender, a desconstruir estereótipos enraizados, crie interações humanas, empáticas e inclusivas. Você só muda o seu entorno quando muda sua forma de pensar, sem dúvida os maiores limites estão na nossa própria cabeça! 

– Jaqueline Mandelli

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