O ecossistema de startups vem passando por ajustes de investimentos desde a crise provocada pela Covid-19. Apesar disso, o apetite das grandes empresas em aportar em negócios de inovadores não diminuiu. Dados da Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital (ABVCAP) mostram que, em 2022, 13 empresas listadas na bolsa brasileira lançaram seus fundos de venture capital, anunciando R$ 3,04 bilhões em capital comprometido para o mercado. Em 2021, 8 companhias fizeram este mesmo anúncio.
Uma das empresas a anunciar seu corporate venture fund em 2022 foi a Vivo. O Vivo Ventures é um fundo de investimento em participações (FIP) que investe em startups em estágio de desenvolvimento mais avançado e conta com até R$ 320 milhões disponíveis para os próximos três anos. O principal foco do fundo, explica Gabriela Toribio, diretora geral da Vivo Ventures, é impulsionar e aportar valor no ecossistema da Vivo como parte da estratégia de inovação aberta da Telefónica.
“São muito os benefícios do corporate venture capital, mas o principal é ter acesso às tecnologias e modelos de negócios novos e disruptivos no mercado, a fim de alavancar e escalar soluções na própria empresa, gerando assim novas oportunidades de receitas”, afirma Gabriela.
No ano passado, o fundo da Vivo investiu mais de R$25 milhões nas empresas Klavi, uma startup de open finance, e Klubi, uma fintech que opera como administradora de consórcios.
Gabriela comenta que, com a Klubi, a Vivo está lançando um novo produto, com três frentes de oportunidades, como ativação via Vivo Valoriza, jornada personalizada para cliente Vivo junto à fintech, e campanha interna para funcionários.
Já a Klavi, ela diz, está sendo uma grande parceira para os produtos financeiros, atuando em como melhorar os processos de análise de crédito do Vivo Money com base no acesso às informações do open finance; aumentar a taxa de aprovação de crédito dos clientes Vivo One e PME, mantendo baixas taxas de inadimplência; e reposição de crédito para clientes B2C da Vivo.
A Wayra, outro braço de investimento da Telefónica, tem 10 anos de vida, já investiu em mais de 83 startups e gerou em 2022 cerca de R$ 75 milhões em receita para as startups, segundo Gabriela.
Corporate venture capital no setor farmacêutico
Pioneira em corporate venture capital (CVC) no setor farmacêutico, a Eurofarma tem seu próprio fundo de investimentos desde 2019. Até o momento, a companhia investiu em oito startups. O foco da iniciativa, explica Erica Teles de Menezes, head de corporate venture capital na Eurofarma, são startups do ecossistema de saúde digital em estágio inicial (early stage).
Para Erica, há algumas vantagens de uma grande empresa ter seu próprio CVC:
- Incorporar insights e conhecimento externo e que são estratégicos pro negócio;
- Desenvolver novos negócios, explorando novos mercados com novos produtos e serviços;
- Incorporar inovações e novas tecnologias ao portfólio da empresa;
- Desenvolver novos produtos e serviços nos mercados atuais, complementando o portfólio;
- Alavancar os modelos de negócio existentes na empresa, através de sinergia com novos skills das investidas do fundo;
- Ampliar projetos em conjunto com startups de forma mais rápida para fortalecer a inovação;
- Fomentar e apoiar o desenvolvimento do ecossistema de inovação da empresa;
- Investir com possibilidade de ganho financeiro significativo;
- Posicionar-se como empresa inovadora para atração de clientes e talentos.
“Os maiores benefícios, em quatro anos de fundo, estão ligados à incorporação de conhecimento e novas expertises sobre novos produtos, serviços e mercados”, diz Erica. “Além, é claro, de ter contato com novas tecnologias de forma antecipada, traduzindo isso como vantagem competitiva para empresa.”
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